O cardeal norte-americano Robert Prevost, de 69 anos, foi escolhido nesta quinta-feira, 8, como o novo papa da Igreja Católica. Ele adotou o nome de Leão XIV, tornando-se o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos. Conhecido pelo equilíbrio entre posições conservadoras e progressistas, Prevost assume em um momento de tensão e fragmentação dentro da Igreja.
Em seu primeiro discurso, o novo papa fez um apelo à paz e à unidade: "Podemos todos caminhar juntos", declarou, destacando a importância do diálogo e da escuta no exercício da fé.
Prevost tem ascendência francesa, espanhola e italiana. Formado em Matemática, Filosofia e Teologia, ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1977. Sua trajetória inclui missões na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou por mais de uma década e foi nomeado bispo de Chiclayo, além de ocupar cargos importantes na Conferência Episcopal Peruana.
Em 2023, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, ganhando visibilidade dentro da Cúria. Também foi nesse ano que se tornou cardeal.
Leão XIV dá continuidade ao movimento de sinodalidade iniciado por Francisco, reforçando a participação de leigos e o diálogo dentro da Igreja. No Sínodo de 2024, defendeu que os bispos estejam próximos de suas comunidades, ouvindo as necessidades locais. "Temos que ampliar nossa tenda", afirmou, em referência à inclusão de todos na vida eclesial.
Ao longo de sua carreira, destacou-se pelo apoio a imigrantes, especialmente venezuelanos, e por visitar comunidades remotas. Também elogiou a presença feminina nos órgãos decisórios da Igreja, como no Dicastério dos Bispos. No entanto, manteve posições mais conservadoras em relação à inclusão de conteúdos de gênero nas escolas e à comunidade LGBTQIA+.
Prevost também foi cobrado por sua atuação diante de casos de abuso sexual dentro da Igreja. Ao assumir a liderança do Dicastério dos Bispos, reconheceu a necessidade de mais preparo e sensibilidade para lidar com denúncias. "O silêncio não é resposta", afirmou, defendendo maior transparência e acolhimento às vítimas.
Em entrevistas, o novo papa demonstrou preocupação com o uso das redes sociais. Considera-as uma ferramenta potente para evangelização, mas alerta para a falta de preparo da Igreja no ambiente digital.